Uma nova pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box “O brasileiro e seu smartphone”, traçou um raio-x do parque de smartphones em uso no País.
Qual é a média de idade dos smartphones em funcionamento hoje no Brasil
A análise por sistema operacional revela uma diferença. Enquanto cada smartphone Android está, em média, há dois anos e dois meses nas mãos dos brasileiros, no caso de iPhones o tempo é maior: dois anos e sete meses, o que indica uma maior durabilidade e reutilização dos aparelhos da Apple.
Vale notar que quando falamos de Android, estamos falando de pelo menos 4 fabricantes conhecidos, além de mais uma dúzia de fabricantes menos badalados, contra o iPhone que só é vendido pela Apple.
Também há diferença de acordo com a faixa etária do usuário: quanto mais jovem a pessoa, menos tempo ela está com o aparelho. No grupo de 16 a 29 anos de idade, o brasileiro está com o smartphone, em média, há dois anos e dois meses e meio. Na faixa de 30 a 49 anos, sobe para dois anos e três meses. E no grupo com 50 anos ou mais, chega a dois anos e três meses e meio. Não foi verificada diferença significativa por gênero.
Market Share por fabricante
O Android tem uma base instalada de 85%, enquanto a Apple possui 14% (Gráfico 2). Entre as fabricantes, a Samsung representa 43% da base de smartphones em atividade no Brasil hoje, uma liderança folgada à frente dos demais fabricantes. A Motorola aparece em segundo lugar, com 22%, seguida pela Apple (13%) (Gráfico 3). Chama a atenção a quarta posição da chinesa Xiaomi (10%), à frente de outras marcas que estão há muito mais tempo no Brasil, como a LG (7%). Por sinal, a participação desta marca sul-coreana tende a desaparecer ao longo dos próximos anos, em razão da sua recente decisão de parar de produzir smartphones.
Comprados X presenteados
77% dos smartphones ativos no Brasil foram comprados e 23% (Gráfico 4), presenteados. Entre homens, a proporção que comprou o aparelho é de 83%, enquanto entre mulheres é menor (72%). Também há diferença por classe social: nas classes A e B, 82% declaram ter comprado seu smartphone atual; ante 76% dos usuários das classes C, D e E. Nesse ponto, não há diferença relevante por faixa etária.
Entre os que compraram seu smartphone, 90% adquiriram o aparelho novo e 10% (Gráfico 5), usado. Aqui, novamente, nota-se uma diferença por classe social: 94% dos usuários das classes A e B compraram o smartphone novo, ante 88% daqueles das classes C, D e E.
No grupo que foi presenteado com um smartphone, 71% ganhou o aparelho novo e 29%, usado (Gráfico 6). Há variação relevante por gênero: enquanto 25% das mulheres receberam o aparelho usado, o percentual é de 35% entre homens. Por faixa etária, a grande diferença está no grupo com 50 anos ou mais: 38% ganharam um smartphone usado. A classe social também é determinante: nas classes A e B, 17% foram presenteados com um aparelho de segunda mão, enquanto nas classes C, D e E a proporção sobe para 31%.
Intenção de compra
Metade dos brasileiros, ou 51% para ser exato, pretendem comprar um smartphone nos próximos 12 meses (Gráfico 7). 25% não pretendem porque dizem não ter necessidade; 14% não planejam porque não têm dinheiro; e 10% não sabem.
Na análise por classe social, o percentual que tem intenção de comprar um smartphone novo em 12 meses é praticamente o mesmo: 50% nas classes A e B e
51% nas classes C, D e E. Contudo, a motivação apresentada pelos que não querem comprar é diferente. Nas classes A e B, 6% não vão adquirir porque não têm dinheiro e 36% porque não precisam, enquanto nas classes C, D e E esses percentuais são 17% e 22%, respectivamente.
Processador para homens, memória para mulheres
A capacidade de processamento é a funcionalidade apontada por 32% dos respondentes como a mais importante na escolha de um modelo novo, a partir de uma lista apresentada pela pesquisa (Gráfico 8). Memória para armazenamento vem logo em seguida, informada por 30%. É interessante notar como a importância conferida a essas duas características é diferente de acordo com o gênero. Enquanto entre os homens o processador é o componente mais importante, citado por 38% deles, entre as mulheres é a memória, apontada por 36% delas. A duração da bateria é a terceira característica mais importante para o brasileiro (20%).
A bateria é um pouco mais valorizada pelos homens (23%) que pelas mulheres (19%).
A qualidade da câmera aparece na quarta posição na lista apresentada (11%), seguida pelo tamanho da tela (4%). Os números indicam que a corrida por megapixels e por tamanho de tela, que já pautou os fabricantes de smartphones no passado, aparentemente chegou ao fim. Ainda é possível melhorar a qualidade das imagens por software e inteligência artificial, mas talvez os consumidores não percebam esses avanços com tanta clareza.
Interessante notar também variações por idade. Entre os mais jovens, de 16 a 29 anos, a capacidade de processamento é a característica mais importante (32%), enquanto para os mais velhos, com 50 anos ou mais, é a memória (35%). No grupo entre 30 e 49 anos, há um empate técnico: 34% dizem que é o processador e 32%, a memória. A importância conferida à qualidade da câmera diminui conforme a idade do consumidor, enquanto para o tamanho da tela aumenta.
Roubo de celular
Um problema grave no Brasil. 35% dos brasileiros já tiveram um aparelho roubado ou furtado (Gráfico 9). A incidência é um pouco maior entre mulheres (37%) do que entre homens (33%). A idade da vítima também faz diferença. Talvez por se exporem mais, os jovens são mais assaltados e furtados. No grupo entre 16 e 29 anos, 39% já tiveram um celular roubado ou furtado (Gráfico 11). O percentual cai para 37% no grupo de 30 a 49 anos e despenca para 24% entre aqueles com 50 anos ou mais. Não há diferença significativa por renda familiar.
Mais da metade (63%) foi vítima uma vez só (Gráfico 10). E a maioria (69%) relata que o roubo/furto aconteceu há mais de dois anos, ou seja, antes de 2019 (Gráfico 12). Apenas 5% informam que a ocorrência mais recente aconteceu neste ano de 2021 e 11% dizem que foi no ano passado (2020).
No Brasil, o roubo de celular é mais comum que o furto. De acordo com 63% dos entrevistados que foram vítimas, a ocorrência mais recente foi de roubo (Gráfico 13). Pouco mais da metade (56%) das vítimas afirmam que fizeram boletim de ocorrência na delegacia de polícia da última vez (Gráfico 14). Cerca de metade (52%) bloquearam o chip e o aparelho após sua perda, enquanto 22% tomaram essa providência somente para o chip e 10%, apenas para o aparelho. 16% nada fizeram (Gráfico 15). E pouco menos de um terço das vítimas (31%) tentaram rastrear o aparelho depois de roubado/furtado (Gráfico 16).
Apenas 14% das vítimas tinham seguro contra roubo/furto do último celular
que perderam (Gráfico 17). O percentual é maior entre homens (17%) que entre mulheres (11%). Na análise por faixa etária, nota-se também uma penetração maior desse seguro no grupo mais velho, de 50 anos ou mais de idade (17%).
O medo de ser roubado faz com que 83% dos brasileiros evitem usar o celular em determinados locais públicos (Gráfico 19). A insegurança é maior entre mulheres (88%) do que entre homens (77%). E é também maior entre os jovens de 16 a
29 anos (85%), que no grupo de 30 a 49 anos (83%) e aquele com 50 anos ou
mais (77%). Novamente, não há diferença significativa por classe social. A rua é o local onde mais gente evita usar o telefone: 83% dos que têm medo (Gráfico 20).
No momento, 41% dos brasileiros declaram usam um app de rastreamento de celular e 13% afirmam ter seguro contra roubo/ furto para seu smartphone atual (Gráficos 21 e 22).
Para esta pesquisa foram entrevistados entre os dias 9 e 16 de junho 2.177 brasileiros que possuem smartphone. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.
O relatório integral está disponível para download aqui.
Interessante ter uma ideia do comportamento do brasileiro em relação ao seu smartphone.